por Mauro Carrara (em nome de muitos, muitos brasileiros)
Senhor presidente, senhora candidata,
Certa vez, ao perceber o limite da tolerância ultrapassado, o diplomata italiano Baldassare Castiglione pronunciou uma frase que incomodou seus colegas e o episcopado romano.
– Perdoando demasiadamente aos que cometem faltas, fazemos uma injustiça contra os que não as cometem.
Baseado nessa sentença, séculos depois, o escritor Émile Zolá escreveu no L’Aurore o célebre artigo J’accuse (Eu acuso), em que aponta os poderosos conspiradores e malfeitores que haviam destruído a reputação e a vida do capitão do exército francês Alfred Dreyfus, injustamente acusado e condenado por traição.
Em seu ácido, duro e brilhante texto, Zolá denuncia cada um dos responsáveis pela produção de falsas provas, assim como a parcela da imprensa que se empenhou em iludir o público e incitar o ódio contra o militar e seus defensores.
O escritor ergue o dedo na direção dos veículos de comunicação que se juntaram à conspiração. Vale recordar o trecho:
– Eu acuso os gabinetes de guerra de terem liderado na imprensa, particularmente no L’Éclair e no L’Écho de Paris, uma campanha abominável para distrair a opinião e encobrir seus erros.
Hoje, no Brasil, assistimos atônitos a uma série de atentados terroristas praticados pela mídia, mais especificamente pelas Organizações Globo, pela Editora Abril (sobretudo por meio da revista Veja), pela Folha de S. Paulo e pelos veículos do Grupo Estado.
Por conta de interesses eleitorais, esses veículos de comunicação converteram-se em núcleos de terrorismo organizado, servindo especialmente aos partidos neoconservadores, o PSDB, de José Serra, e o DEM.
Liderados pelo Instituto Millenium praticam diariamente atentados contra a Democracia e o Estado de Direito.
Caluniam, difamam, injuriam e praticam fraudes, sempre impunemente, sempre arrogantemente, sem que se sejam alcançados pelo braço da lei.
Infelizmente, não há policial, promotor ou magistrado que se ocupe de enquadrar essas gangues e os grupos econômicos que as sustentam.
O cidadão está só, indefeso, pois não vê qualquer reação dos tribunais regulares, da tendenciosa justiça eleitoral, tampouco do Executivo Federal.
Dessa forma, o consórcio Globo-Abril-Folha-Estado segue agredindo barbaramente não somente os bons valores e princípios, mas também todos aqueles que lutam para consolidar a democracia no Brasil.
A seleção maliciosa de temas e a edição criminosa dos textos jornalísticos têm marcado a cobertura das Eleições 2010.
O golpismo irrompe explícito em todos os conteúdos políticos publicados pelas famílias Marinho, Frias, Mesquita e Civita.
Depois da criação do factoide que envolve a Receita Federal, o “Setembro de Fogo” ganhou mais um crime da lavra do “jornalista” Diego Escosteguy, funcionário do panfleto terrorista da família Civita.
Convém lembrar que o mesmo elemento publicou em 28/01/2006 a reportagem “Caixa financia obra da Vila Panamericana sem licitação”, um peça de sabotagem política construída a partir de dados incorretos, incompletos e fantasiosos.
Diego Escosteguy e muitos de seus colegas do bando de Veja deveriam, na verdade, ocupar celas em prisões de segurança máxima, considerada a natureza destrutiva e criminosa do material contaminado que disseminam, semanalmente, para envenenar as relações sociais em nosso país.
Em seu mais recente crime, Veja e Escosteguy mentem, caluniam, difamam, adulteram fatos e agridem covardemente a Sra. Erenice Guerra, funcionária dedicada do Governo Federal, reconhecida por sua competência e reta conduta.
A “reportagem” denominada “O polvo no poder” constitui-se em inacreditável coleção de mentiras, exageros, deduções ilógicas, deturpações e invenções maliciosas, uma bomba midiática destinada a destruir reputações e estimular os setores mais reacionários da sociedade à prática de delitos que rompam a ordem institucional.
O Sr. Leonel de Moura Brizola nos ofereceu inúmeros exemplos de coragem e determinação, especialmente no que tange às ações de combate aos terroristas midiáticos do consórcio Globo-Abril-Folha-Estado.
Nós o vimos lutando bravamente, por exemplo, quando as Organizações Globo tentaram fraudar o resultado da eleição de 1982, no famoso Escândalo Pronconsult.
Cabe-vos, portanto, neste momento decisivo da vida nacional copiar esse modelo de conduta e liderar sem medo uma ação de cidadania que vise a coibir tais ações terroristas e encaminhar juridicamente o enquadramento não somente dos falsos jornalistas, mas também de seus capatazes e dos donos dos latifúndios midiáticos.
Isso requer de vossa parte um imediato J’accuse público de figuras nefastas como Ali Kamel, Eurípedes Alcântara, José Roberto Guzzo, Mario Sabino, Roberto Irineu Marinho, Ruy Mesquita e Otávio Frias Filho.
Ao nomear os mandantes e autores do terrorismo midiático, vacina-se a população brasileira contra a vírus da desinformação.
Além disso, constitui-se precedente para que todos os cidadãos prejudicados pelo consórcio midiático possam engendrar suas defesas e exigir a devida reparação.
Não existe democracia sem que o Direito e a Justiça sejam observados também no labor da informação pública.
Hoje, esse serviço de máxima importância estratégica para o país está controlado por uma malta de coronéis e bandoleiros contratados, cujos crimes têm sido vergonhosamente desconsiderados pelas autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
Exige-se uma resposta imediata, vigorosa e esclarecedora. E certamente é vossa a voz que o povo ouvirá.
Fonte: www.viomundo.com.br
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